CONCLAVE.

Enviado por admin em dom, 12/01/2024 - 18:20
O ator Ralph Fiennes, interpreta o cardeal Lawrence, designado reitor para comandar o processo de sucessão.

O cineasta Edward Berger, depois do filme NADA DE NOVO NO FRONT, resolve encarar uma guerra de âmbito político que marca a sucessão papal no Vaticano. Seu novo filme, CONCLAVE, mostra que assim como a sucessão na Casa Branca, como no âmbito do mundo corporativo, a sucessão é acima de tudo uma disputa de poder. Com a morte do papa, o cardeal Lawrence, interpretado por Ralph Fiennes, é designado reitor para comandar o processo de sucessão. O filme é rico a partir dos próprios detalhes que ilustram as cenas. Mas em se tratando de uma eleição de papa, mesmo antes do escrutínio, que, mediante a falta de maioria, pode acentuar um princípio que tomará conta de todo o processo, a dúvida. O cardeal Lawrence entende que, se por um lado o ignorante afirma, o sábio duvida e o sensato reflete, num princípio de Aristóteles, percebe que isso poderia representar uma sabedoria. A frase de Ghandi: “Eu seria cristão sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte quatro horas por dia”, ilustra muito bem o fato de um candidato a papa, obrigatoriamente, ter ficha limpa: O próprio título do filme já é instigante conclave, que significa porta fechada, exatamente o que acontece por ocasião do processo sucessório papal. Mas em nenhum momento, pela sensação das portas fechadas, o filme passaria um sentimento claustrofóbico, pois tudo acaba atenuado pela maravilhosa arquitetura do Vaticano, reproduzida de forma criativa e envolvente no próprio estúdio de Cinecittà, a Hollywood de Roma. Um filme obrigatório para quem tem fé, independente de qualquer religião.

A trilha sonora foi composta pelo compositor alemão Volker Bertelmann.