Este é o filme de 2024, dirigido por Clint Eastwood, que completa 53 anos como cineasta. Ao longo de sua carreira, a sua predileção foi sempre de trabalhar em dilemas de ordem moral. Aliás, isso começou com ele atuando em POR UM PUNHADO DE DÓLARES em 1964. Em JURADO no2, o personagem Just Kemp, interpretado por Nicholas Hoult, é um pai de família que trava uma batalha contra o alcoolismo. Ao mesmo tempo, ele também entra em conflito com o sentimento de culpa. Ele atropelou e matou uma jovem, sendo que, por ironia do destino, acaba sendo convidado para figurar no júri que terá a responsabilidade de julgar o namorado da jovem, acusado pelo crime. Ao mesmo tempo, em que Kemp tenta convencer os outros jurados sobre a inocência do acusado, ele tem dificuldades de trabalhar com o sentimento de culpa. A sua punição está exatamente no fato de se sentir culpado pelo ocorrido. Eastwood revela grande capacidade em transformar o recinto do tribunal e os bastidores da reunião dos jurados, num clima instigante onde a maior dificuldade está em constituir uma maioria para a decisão final. Impossível não lembrarmos do clássico de Sidney Lumet, DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA. A lente da câmera, ao mesmo tempo que revela ser os olhos do próprio espectador, tentando captar o que se passa pela mente dos jurados, também representa o próprio olhar do Jurado No2, no caso, Just Kemp. O apetite de Clint Eastwood por temas que resvalam nas questões como a culpa é proporcionalmente igual ao de continuar dirigindo sempre que tenha um bom enredo. JURADO Nº2, a nossa dica cinematográfica disponível na plataforma Amazon Prime.